quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Meios termos


Seria mais fácil ser uma pessoa de meios termos. Não sou. Não sei ser, não me é natural.
Também seria mais bonito falar através de metáforas. Mas gosto do literal. Deixa menos margem para interpretações. Também é verdade que é menos poético, mas não temos todos que ter essa qualidade de encantar os outros com o que fazemos, dizemos ou escrevemos. Por isso há que estar preparado para ler aqui uma coisa feia ou estilísticamente pouco interessante - embora não acredite que alguém venha aqui para ver exercícios de escrita.
Mas voltando aos meios termos, a verdade é que não sei funcionar sem ser muito próxima dos extremos. E quando caio no erro de o tentar (porque às vezes é mesmo preciso), o resultado é quase sempre mau porque não o sei fazer... então tento fazê-lo à imagem de alguém, geralmente de alguém em quem confio nesses "meios termos". Pior ainda! Estou a ser outra pessoa, e tudo corre bem se tudo correr bem, mas tudo corre mal se a coisa for por mau caminho. Porquê? Porque estando eu a ser outra pessoa, na altura em que a coisa me fugir do controle não saberei reagir, argumentar, ou o que for preciso fazer.

Algumas metáforas para animar as hostes:

Sou um oito e um oitenta, e uma nulidade enquanto trinta e seis.
A apatia é uma fuga para lado nenhum e uma solução que nem aos outros serve.
Precisava de um relâmpago nos cornos para me dar um rumo e ter vontade! Está visto que uma palmadinha nas costas não resolve nada... é só um meio termo simpático que não cria ondas, ninguém se afoga nem luta pela vida, mas também não navega para lado nenhum.
É boiar no mar morto...

Hoje está de chuva. Com jeito, cai um relâmpago!


4 comentários:

Inês Ferreira disse...

Deste início que me identifiquei logo. Sei bem o que é ser de ou 8 ou 80 (não gostar do leite morno, andar tão feliz que chega a ser em demasia ou totalmente deprimente, querer o tudo ou o nada) e desejar ter um meio termo. Depois há ainda a questão de querer que tudo o que me rodeia seja um 8 ou um 80 e enlouquecer por achar que se as coisas neste momento não são um 80 nunca o irão ser , logo não são absolutamente nada.
Tão complicada esta mente humana...
Já sentia a tua falta aqui pelo blog, não o abandones :) (à parte disso, tenho muitas saudades de um concerto de Linda, olha)

Cláudia Guerreiro disse...

Inês, obrigada! :) A cabecinha é mesmo uma coisa disfuncional... se desse, abdicava dela! :) beijinho e boa sorte aí nos meios termos...

Inês Ferreira disse...

De nada :) é um prazer "assistir" a toda a tua arte (nos seus vários tipos). Sim , não digo que desse para arranca-la porque seria um pouco assustador para os que nos rodeiam, mas devia dar para simplesmente desliga-la. Beijinho, obrigada, para ti também ;)

Duluoz disse...

Também não sei o que é essa coisa dos meios termos. Já me trouxe muita dor, mas também já me trouxe o infinito. Se as coisas são vividas assim, e têm de ser assim, quem sou eu para contrariar quem sou dentro de mim?